Meteorologista do Cemaden: Brasil apresenta aquecimento superior à média planetária

Segundo Giovanni Dolif, meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Brasil está experimentando um aumento térmico superior à média global. Em entrevista à CNN Brasil, Dolif sublinhou que a principal causa do aquecimento global é a atividade humana.

O especialista ressaltou que, embora o clima possua variabilidade natural, a intervenção humana, especialmente através da industrialização e emissão de gases, está exacerbando as alterações climáticas. “O Brasil está aquecendo mais do que a média global”, afirmou Dolif.

Anomalias térmicas e discrepâncias regionais

Dolif apresentou dados evidenciando as desigualdades térmicas no país. No inverno (junho, julho e agosto), São Paulo teve uma anomalia de 2°C acima da média, enquanto Florianópolis e Rio de Janeiro tiveram elevações de apenas 0,5°C. Essa discrepância foi atribuída à temperatura aquática abaixo da média nas regiões Sul e Sudeste.

“Embora o planeta esteja se aquecendo, esse fenômeno não ocorre de maneira uniforme”, explicou Dolif. Ele observou que, enquanto a média global de aumento térmico no primeiro semestre do ano foi de 1,3°C a 1,4°C, algumas regiões do Brasil excederam esse aumento.

Consenso científico sobre mudanças climáticas

Dolif abordou a controvérsia sobre as mudanças climáticas, reconhecendo a complexidade do fenômeno devido aos múltiplos fatores envolvidos. Contudo, salientou que a “enorme e esmagadora maioria dos cientistas” concorda que as atividades humanas aceleram o aquecimento global.

O meteorologista referenciou os relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) como respaldo para o consenso científico, que confirma a influência humana nas alterações climáticas globais.

As afirmações de Giovanni Dolif sublinham a necessidade urgente de medidas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, particularmente no Brasil, onde o aquecimento é mais pronunciado que a média global. Compreender esses fenômenos é essencial para a formulação de políticas públicas e estratégias de adaptação às novas realidades climáticas.