China Libera Pastor Americano Detido por Quase Duas Décadas
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China Libera Pastor Americano Detido por Quase Duas Décadas

Um pastor que os Estados Unidos alegam ter sido injustamente detido por quase vinte anos na China foi finalmente libertado, conforme anunciado pelo Departamento de Estado. Esta ação encerra um episódio que, segundo a administração Biden, era de máxima prioridade para a normalização das relações com Pequim.

David Lin, de 68 anos, foi preso na China em 2006 por ter colaborado na edificação de um templo não aprovado. Posteriormente, foi condenado à prisão perpétua por fraude contratual, uma acusação que sempre negou.

Lin era um dos três americanos considerados pelo Departamento de Estado dos EUA como injustamente detidos na China. Os empresários Kai Li e Mark Swidan ainda permanecem em custódia, sob acusações de espionagem e envolvimento com drogas, respectivamente.

“Saudamos a liberação de David Lin pela República Popular da China”, declarou um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA em um comunicado no domingo (15).

“Ele retornou aos Estados Unidos e, pela primeira vez em quase duas décadas, pode reunir-se com sua família”, acrescentou a nota.

O governo Biden intensificou seus esforços diplomáticos nos últimos anos para assegurar a libertação dos três americanos detidos.

Autoridades americanas, entre elas o Secretário de Estado Antony Blinken e o Conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan, abordaram repetidamente a questão durante suas visitas à China, considerando-a uma “prioridade máxima” para a resolução dos casos.

O presidente Joe Biden também discutiu o assunto com o líder chinês Xi Jinping durante um encontro em São Francisco em novembro e em conversas telefônicas no início do ano, conforme registros da Casa Branca.

Lin, que visitava a China com frequência na década de 1990 e iniciou sua pregação em 1999, foi detido em 2006 por auxiliar uma “igreja doméstica” clandestina na construção de um local de culto, segundo a ChinaAid, uma organização cristã de direitos humanos baseada nos EUA. Ele foi impedido de deixar o país.

Lin encarou sua detenção como uma oportunidade para disseminar sua fé entre os demais prisioneiros, fundando um grupo de oração, conforme relatado pela ChinaAid.

Na China, muitos cristãos recorriam a igrejas domésticas ou reuniões informais fora do controle estatal. No entanto, nas últimas décadas, o governo chinês, sob a liderança de Xi Jinping, intensificou a repressão contra essas práticas à medida que o Partido Comunista reforça seu domínio sobre a religião.

Em 2009, Lin foi condenado por fraude contratual, uma acusação frequentemente utilizada contra líderes de igrejas domésticas que angariam fundos para suas atividades, segundo a Fundação Dui Hua, uma organização de direitos humanos com sede em São Francisco que defende os detidos na China.

Durante seu encarceramento, Lin recebeu várias reduções de pena e estava previsto para ser libertado em 2029, conforme a Fundação Dui Hua.

A liberação de Lin foi saudada por alguns políticos americanos, que também demandaram a libertação de outros cidadãos americanos detidos no exterior.

“Estou profundamente satisfeito com a libertação de David Lin”, afirmou o deputado Michael McCaul em uma declaração nas redes sociais no domingo. “No entanto, Kai Li e o texano Mark Swidan ainda estão detidos pelo Partido Comunista Chinês — e devem ser liberados imediatamente.”

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