Por que o cabelo cai? Respostas para 10 Perguntas Sobre a Queda de Fios
O ciclo capilar é de contínua regeneração, com a perda diária de 50 a 100 fios sendo considerada normal. Contudo, condições de saúde, carências nutricionais e estresse podem precipitar uma queda excessiva, resultando em áreas calvas e a indesejada calvície, que acomete tanto homens quanto mulheres. Enquanto em alguns casos a queda pode ser temporária, em outros, é imprescindível a avaliação médica.
A Agência Einstein elucida as principais questões relacionadas à queda capilar, abordando desde as causas comuns até as mais alarmantes. Descubra a seguir as possíveis origens da queda, quando a preocupação é necessária e os tratamentos disponíveis.
Por que o cabelo cai diariamente?
Cada fio capilar passa por três fases distintas: a anágena, catágena e telógena. Predominantemente, os fios estão na fase anágena, onde ocorre o crescimento ativo devido à multiplicação celular no folículo piloso, durando de dois a oito anos e definindo o comprimento do cabelo.
Após esse período, segue-se a fase catágena, de repouso que dura algumas semanas, e finalmente a fase telógena, onde o fio se desprende do folículo para reiniciar o ciclo. Assim, é normal a simultaneidade do crescimento e da queda de fios. No entanto, a perda excessiva de cabelo, conhecida como alopecia, exige investigação médica.
Quando Deve-se Ligar o Alerta?
A perda diária de 50 a 100 fios é um fenômeno normal, refletindo o ciclo contínuo de crescimento e queda. No entanto, sinais que merecem atenção incluem a presença excessiva de fios no travesseiro, perda significativa de volume, afinamento visível, áreas calvas ou um couro cabeludo mais aparente. Segundo a dermatologista Barbara Miguel, do Hospital Israelita Albert Einstein, tais indícios requerem uma investigação detalhada.
Adicionalmente, sintomas como lesões, prurido, descamação ou dor no couro cabeludo também demandam a intervenção médica.
Toda Queda de Cabelo é Idêntica?
Não, as quedas de cabelo variam substancialmente. As alopecias não cicatriciais, nas quais o cabelo pode eventualmente reverter, são as mais prevalentes e englobam diversas categorias e causas.
O eflúvio telógeno é uma das formas mais notórias, caracterizando-se por uma queda repentina associada a um aumento da perda diária. De acordo com a dermatologista Barbara Miguel, esse fenômeno ocorre três a quatro meses após um fator desencadeante, resultando em uma transição abrupta dos fios da fase anágena para a telógena. Pode ser agudo, relacionado a uma causa passageira, ou crônico, quando o cabelo recupera o crescimento apenas para cair novamente, afetando tanto o volume quanto o comprimento.
A alopecia androgenética, comumente conhecida como calvície, é determinada geneticamente e acomete tanto homens quanto mulheres. No masculino, é mais evidente na coroa e nas entradas, enquanto nas mulheres afeta a região central do topo da cabeça.
A alopecia areata, associada a uma condição autoimune, provoca perda irregular de pelos e cabelos, resultando em grandes áreas calvas. Esta é uma doença crônica de evolução imprevisível, com alternâncias entre períodos de melhora e agravamento.
Por outro lado, as alopecias cicatriciais ocorrem devido a processos inflamatórios que causam a destruição dos folículos pilosos e formação de cicatrizes. Com diversos tipos, essa condição pode levar a uma perda irreversível do cabelo, exigindo tratamento complexo e acompanhamento imediato.
O Estresse Pode Provocar Queda de Cabelo?
Sim, o estresse pode induzir a queda temporária de cabelo. Situações adversas como perdas, lutos, mudanças de emprego ou eventos marcantes podem desencadear o eflúvio telógeno agudo. Nesse fenômeno, os fios transicionam rapidamente para a fase telógena e caem, um efeito visível cerca de três a quatro meses após o estresse. No entanto, o cabelo tende a regenerar-se posteriormente.
Quais Doenças ou Condições Podem Causar Queda de Cabelo?
Diversas condições podem precipitar a queda de cabelo. Infecções como Covid-19, dengue e sífilis comprometem os recursos corporais e a saúde capilar. Deficiências nutricionais, como anemia e baixos níveis de vitamina D, bem como distúrbios da glândula tireoide, também são fatores contribuintes.
Além disso, cirurgias, especialmente a bariátrica, podem causar queda devido ao estresse cirúrgico e questões nutricionais. O uso excessivo de certos medicamentos, procedimentos estéticos invasivos e flutuações hormonais, como no pós-parto, também estão associados à perda de cabelo.
A pós-menopausa e o envelhecimento, por sua vez, resultam em cabelos mais finos e crescimento mais lento.
É Possível Reverter a Perda de Cabelo?
A reversibilidade da perda de cabelo varia conforme o tipo de alopecia. As alopecias não cicatriciais podem ser tratadas eficazmente com diagnóstico precoce e terapias adequadas. Em contraste, as alopecias cicatriciais frequentemente resultam em perda irreversível.
A alopecia frontal fibrosante, caracterizada pela retração progressiva da linha frontal do cabelo e possível perda de sobrancelhas, tem aumentado em casos observados. Segundo Barbara Miguel, essa condição, embora incurável, pode ter sua progressão retardada com tratamento precoce. Fatores genéticos, imunológicos, hormonais e ambientais podem contribuir para essa patologia, cuja etiologia ainda é incerta.
Toda Queda de Cabelo Requer Tratamento?
A necessidade de tratamento depende da causa subjacente. Quedas transitórias, decorrentes de estresse ou infecções, geralmente se resolvem espontaneamente em poucos meses. No entanto, quedas crônicas demandam uma investigação aprofundada dos fatores desencadeantes, como anemia, distúrbios da tireoide, sífilis ou condições autoimunes, conforme esclarece a dermatologista.
Para a alopecia androgenética, o tratamento é contínuo. O acompanhamento regular pode proporcionar boa cobertura capilar, dependendo do tempo de diagnóstico e da evolução da condição.
Quais Tratamentos São Indicados para a Queda de Cabelo?
O tratamento varia conforme o tipo de alopecia. Inicialmente, é necessário excluir fatores desencadeantes para determinar se a condição é autolimitada e se resolve espontaneamente. Para casos crônicos e alopecia androgenética, podem ser prescritos medicamentos tópicos ou orais. Outras abordagens incluem mesoterapia, laser e transplante capilar, entre outras terapias.
Procedimentos Capilares Podem Provocar Queda de Cabelo?
Embora colorações e ferramentas de calor, como chapinhas, não causem queda direta, podem induzir o corte químico — a quebra abrupta dos fios devido a tratamentos químicos ou térmicos. Segundo a dermatologista, procedimentos como descoloração e alisamento aumentam significativamente o risco de quebra capilar.
A Forma de Pentear e o Corte Influenciam na Saúde Capilar?
Penteados excessivamente apertados podem levar à alopecia de tração, uma condição potencialmente irreversível devido à constante tração dos fios. A dermatologista recomenda variar os penteados e evitar coques ou estilos muito apertados com frequência. Quanto ao corte, embora não afete o crescimento, que é determinado geneticamente e pela duração da fase anágena, ele melhora a aparência geral dos fios.