Por Descarbonização do Setor Industrial Pode Exigir R$ 40 Bilhões, Indica CNI
A transição para uma economia de baixo carbono no setor industrial brasileiro enfrenta obstáculos substanciais, apesar das vantagens do país em energias renováveis. Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), serão necessários investimentos de cerca de R$ 40 bilhões até 2050 para cumprir as metas de descarbonização.
O Brasil, com uma matriz energética que já conta com 49% de fontes renováveis, destaca-se no contexto global. No ano passado, as indústrias alcançaram um índice superior a 64% de renovação em sua matriz, refletindo uma redução no uso de fontes poluentes, como o carvão mineral, e um aumento na adoção de alternativas limpas, como o bagaço de cana.
Oportunidades e Desafios da Transição Energética
Especialistas afirmam que o Brasil possui o potencial para se consolidar como um dos principais fornecedores globais de energia renovável. Davi Bomtempo, da CNI, ressalta: “O Brasil está posicionado para ser um dos grandes provedores de energia renovável, apoiando as grandes potências na descarbonização de suas economias.”
Para fomentar essa transição, o governo federal lançou o programa Nova Indústria Brasil, que disponibiliza R$ 3 bilhões em 2024 para investimentos em descarbonização.
Ademais, a recente aprovação do marco legal do hidrogênio surge como um avanço significativo para a pauta verde, com mais de 20 projetos em curso que totalizam investimentos próximos a R$ 190 bilhões.
Políticas Públicas e Segurança Energética
Especialistas enfatizam a necessidade de políticas públicas de longo prazo para assegurar o êxito da transição energética. Charles Lenzi, presidente da Abragel, observa: “Dispomos de água, biomassa, vento e sol, o que nos posiciona como um dos países com a matriz elétrica mais limpa do mundo.”
Lenzi adverte, contudo, que é imperativo considerar não apenas a redução de tarifas, mas também a confiabilidade e segurança do sistema energético brasileiro. O desafio reside em equilibrar a descarbonização com a manutenção de uma oferta energética estável e acessível para consumidores e indústrias.
