Breves Interlúdios de Exercício Diário Podem Mitigar a Pressão Arterial, Revela Estudo Científico

Inserir um lapso mínimo de atividade física na rotina cotidiana pode ser plenamente suficiente para proporcionar uma redução substancial na pressão arterial, conforme revela um estudo realizado por uma parceria internacional entre a Universidade de Sydney, na Austrália, e o University College London (UCL), no Reino Unido.

A pesquisa, que teve sua publicação na prestigiada Circulation na quarta-feira, dia 6, investigou dados de 14.761 indivíduos oriundos de cinco países distintos, com o intuito de avaliar se a prática regular de exercícios está associada à modulação da pressão arterial. Os resultados da análise demonstraram que mesmo a realização de apenas cinco minutos de caminhada em terrenos inclinados ou a subida de escadas pode incidir positivamente sobre os níveis de pressão arterial.

“A descoberta positiva é que, independentemente da condição física de cada indivíduo, o tempo necessário para se observar um impacto favorável na pressão arterial é breve. O que torna nossa abordagem única é que consideramos todas as atividades que, de alguma forma, envolvem esforço físico – como correr para pegar um transporte público ou realizar uma tarefa simples de bicicleta, muitas das quais podem ser facilmente incorporadas à rotina diária”, afirmou Jo Blodgett, principal autora do estudo e membro da divisão de Cirurgia e Ciência Intervencionista da UCL.

O estudo também sugere que, para promover mudanças clinicamente significativas na pressão arterial, é necessário substituir os comportamentos sedentários por um intervalo de 20 a 27 minutos diários de atividade física, que pode incluir desde a caminhada em aclive e a subida de escadas até práticas como a corrida e o ciclismo. Essa prática regular resulta, inclusive, na diminuição de até 28% no risco de doenças cardiovasculares.

“Para os indivíduos que ainda não incorporaram o exercício físico em suas rotinas, a caminhada já proporciona benefícios evidentes para a pressão arterial. No entanto, para uma alteração substancial e duradoura, é necessário aumentar a demanda sobre o sistema cardiovascular por meio de atividades mais intensas, que exercerão um efeito mais profundo e eficaz”, afirmou a pesquisadora, que também é membro do Instituto de Esporte, Exercício e Saúde do Reino Unido.

Para alcançar os resultados apresentados, a equipe de pesquisa utilizou um acelerômetro vestível, posicionado na coxa de cada participante, com o intuito de monitorar tanto a atividade física quanto a pressão arterial ao longo do dia. A metodologia empregada contemplou a criação de seis distintas categorias de diferenciação, a saber:

1. Sono;
2. Comportamento Sedentário, como a permanência em posição sentada;
3. Caminhada Lenta;
4. Caminhada Rápida;
5. Postura em Pé;
6. Exercícios de Maior Intensidade, incluindo atividades como correr, andar de bicicleta ou subir escadas.