No trágico episódio envolvendo o falecimento de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, ocorrido no aeroporto de Guarulhos na última sexta-feira (8), novos elementos foram revelados por meio do depoimento de sua ex-companheira, Maria Helena Paiva Antunes, prestado à polícia na tarde de ontem (11). A mulher relatou que o falecido teria recebido joias como forma de pagamento de uma dívida durante uma viagem ao estado de Alagoas, sendo que tais objetos estavam sendo transportados nas bagagens de mão do casal. De acordo com as investigações, uma das peças apreendidas pela polícia possui um valor superior a R$ 1 milhão.
Segundo o relato de Maria Helena, ela e Gritzbach estiveram em Alagoas entre os dias 1º e 8 de novembro. Nos primeiros dias da viagem, a mulher ouviu seu companheiro engajar-se em uma conversa telefônica com um indivíduo que supostamente lhe devia uma quantia significativa. Após esse diálogo, Gritzbach, então situado na cidade de São Miguel dos Milagres, no litoral alagoano, teria solicitado que o motorista do casal, Danilo Lima Silva, e o segurança, Samuel Tillvitz Da Luz, se dirigissem até Maceió para buscar “algumas joias como parte do pagamento da dívida”, conforme registrado no depoimento oficial.
Ameaças de morte e suposta perseguição
Durante seu depoimento à autoridade policial, Maria Helena revelou que, em diversas ocasiões, ouviu seu companheiro comentar sobre ameaças de morte que havia recebido, embora tenha enfatizado que tais ameaças jamais foram direcionadas a ela própria.
Em um episódio ocorrido durante a viagem, a mulher mencionou que, após a entrega das joias, Gritzbach percebeu a presença de um homem que, à primeira vista, lhe pareceu extremamente semelhante a um dos indivíduos que, supostamente, o haviam ameaçado anteriormente. O episódio se deu durante um jantar em São Miguel dos Milagres, na região litorânea de Alagoas. Contudo, Gritzbach optou por desconsiderar a suspeita, descartando qualquer possibilidade de relação com as ameaças que havia recebido.
Em coletiva de imprensa realizada ontem, o Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, ressaltou a relevância da Força-Tarefa designada para investigar o caso e confirmou a atuação da Polícia Federal, que já está coletando informações sobre os passageiros que embarcaram no mesmo voo de Gritzbach. O objetivo é identificar possíveis suspeitos e apurar se algum dos envolvidos nas ameaças estava presente no estado nordestino.
“Saliento a importância da colaboração da Polícia Federal. Eles já estão em processo de extração de informações sobre os passageiros que estavam com ele, inclusive quem embarcou em Alagoas. Esses dados são fundamentais para o andamento da investigação. A pergunta crucial é: quem estava ao lado dele?”, afirmou Derrite, evidenciando a seriedade e o alcance da operação em andamento.