Abertura do Pavilhão Brasil na COP29 enfatiza protagonismo nacional no combate aos efeitos das mudanças climáticas
ESPÍRITO SANTOMEIO AMBIENTE

Abertura do Pavilhão Brasil na COP29 enfatiza protagonismo nacional no combate aos efeitos das mudanças climáticas

Casa do Brasil na Conferência das Nações Unidas no Azerbaijão é espaço de referência para iniciativas com foco na preservação, conservação e regeneração de ativos asil é o grande protagonista desse debate no combate às mudanças climáticas. Nós temos a maior floresta tropical do mundo. Temos a energia elétrica mais limpa do mundo”. Foi com esta mensagem que o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, participou da abertura do Pavilhão Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP29. Representante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no evento, Alckmin enfatizou a importância estratégica do Brasil nas discussões globais relativas ao combate às mudanças climáticas e ao processo de transição energética voltada a reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.

Temos o melhor biodiesel do mundo. A lei do combustível do futuro é uma das mais avançadas do mundo. Mais bio e menos diesel. Mais etanol e menos gasolina. E o principal: atingir o desmatamento zero. Já reduzimos em 45,7% o desmatamento na Amazônia”

Geraldo Alckmin, vice-presidente da República
“Temos o melhor biodiesel do mundo. Era 10%, passou para 12%, 14%, e no ano que vem vai para 15%. A lei do combustível do futuro é uma das mais avançadas do mundo. Mais bio e menos diesel. Mais etanol e menos gasolina. E hoje deve estar sendo votado no Senado o mercado regulado de carbono no Brasil. E o principal: atingir o desmatamento zero. Já reduzimos em 45,7% o desmatamento na Amazônia”, afirmou Alckmin, ao detalhar alguns avanços obtidos pelo Brasil.

PAVILHÃO – Localizado na Zona Azul da COP29, o Pavilhão Brasil é um espaço de referência para iniciativas voltadas à mitigação das mudanças climáticas, com foco na preservação, conservação e regeneração de ativos florestais. A instalação foi realizada pela Apex Brasil em parceria com o Ministério do Meio Ambiente. O plano estratégico do Brasil é ancorado em dois eixos estruturantes: o Plano de Transformação Ecológica (PTE) e o Plano Clima. Entre as ações em destaque, estão o fortalecimento da bioeconomia, a promoção de sistemas agroalimentares sustentáveis, a transição energética e a economia circular. Além das discussões temáticas, o pavilhão contará com uma série de eventos culturais, exposições interativas e painéis de alto nível, promovendo o engajamento de diferentes setores da sociedade e criando um ambiente propício para a troca de experiências e o fortalecimento de parcerias internacionais.

AUTORIDADES – O evento de abertura contou com a participação de diversas autoridades, entre elas as ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima ) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas), e os ministros Renan Filho (Transportes) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar). Também estiveram presentes os governadores do Pará, Hélder Barbalho, e do Espírito Santo, Renato Casagrande, além dos presidentes da Apex Brasil, Jorge Viana, do Sebrae, Décio Lima, e de parlamentares e embaixadores.

MECANISMOS – Marina Silva destacou em sua fala o que o Brasil espera da COP29. “Qual é o indicador de sucesso dessa COP? Para além de tantos temas postos aqui, com certeza são os mecanismos de financiamento, sem o quê, aquilo que anunciamos vira apenas enunciado. Sem os meios de implementação, não haverá como tirá-los da teoria para a prática”, afirmou a ministra. “É isso que os países em desenvolvimento precisam para que a gente possa dar conta de um processo que já é realidade. O que aconteceu no Brasil com o Rio Grande do Sul, o que acontece na Amazônia com as secas e fazendo com que incêndios sejam potencializados, o que aconteceu recentemente na Espanha, o que está acontecendo em várias regiões do mundo, com ondas de calor avassaladoras, é uma demonstração de que não temos mais como adiar a adaptação, a mitigação. Mas tem outro aspecto que precisa ser considerado: a transformação. A transformação dos modelos de desenvolvimento. Não basta adaptar, mitigar. É preciso transformar”, prosseguiu.

Qual é o indicador de sucesso dessa COP? Para além de tantos temas postos aqui, com certeza são os mecanismos de financiamento, sem o quê, aquilo que anunciamos vira apenas enunciado. Sem os meios de implementação, não haverá como tirá-los da teoria para a prática”

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima
TRANSFORMAÇÃO ECOLÓGICA – Marina Silva ressaltou ainda a importância do Plano de Transformação Ecológica desenvolvido pelo Brasil, que tem por objetivo promover uma mudança nos paradigmas econômicos, tecnológicos e culturais em prol do desenvolvimento a partir de relações sustentáveis com a natureza e seus biomas. O plano possibilita a geração de riqueza e sua distribuição justa e compartilhada, com melhoria na qualidade de vida das gerações presentes e futuras. “Chegamos aqui com o plano de transformação ecológica com seis eixos estratégicos: adensamento tecnológico, economia circular, bioeconomia, transição energética, finanças para o desenvolvimento sustentável, além de outras ações que precisam ser contempladas”, frisou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

DESMATAMENTO – Marina Silva também destacou vitórias conquistadas desde o início de 2023 nas medidas voltadas à redução do desmatamento no Brasil. “Chegamos aqui tendo reduzido o desmatamento em 22% no ano passado, mesmo tendo herdado seis meses do governo anterior. E chegamos aqui tendo no acumulado 45,7%, uma redução histórica em dois anos, evitando lançar na atmosfera 400 milhões de toneladas de CO2. E chegamos com a redução de 25% do desmatamento no cerrado. Com a responsabilidade de que não queremos nos acomodar com os resultados alcançados”, lembrou.

PROSPERIDADE – A ministra deixou claro que o combate às mudanças climáticas e o processo de transição energética não significam abrir mão da prosperidade das nações. “Queremos que o Brasil seja o endereço da prosperidade, mas prosperidade com combate à desigualdade, protegendo a biodiversidade, os povos indígenas, fazendo com que o nosso país possa ser democrático, sustentável. Dialogando com todos os setores”.
BELÉM 2025 – A ministra pontuou ainda a importância estratégica de o Brasil chegar à COP29 com a responsabilidade de receber o bastão para o evento do ano que vem, que será realizado em Belém (PA). “Esse é o Brasil que vai levar esse esforço para a COP30, em Belém. Uma COP da implementação, dos resultados, que não são apenas do Brasil. É preciso que o mundo inteiro tenha NDCs igualmente ambiciosas. Que a gente faça o mapa do caminho para a transição, para o fim do uso de combustível fóssil. Que a gente faça o mapa do caminho para o fim do desmatamento”, concluiu.

NDC – A Contribuição Nacionalmente Determinada citada pela ministra, mais conhecida como NDC, é um plano de ação climática que estabelece as metas de cada país para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE). A COP29 será um momento crucial para apresentar ao mundo o compromisso do Brasil com suas NDCs, incluindo a meta de reduzir emissões de gases de efeito estufa em 48% até 2025 e em 53% até 2030, em comparação com os níveis de 2005. Essas metas ambiciosas, alinhadas ao Acordo de Paris, reforçam a posição de liderança do Brasil na agenda climática https://www.flickr.com/photos/vice-presidente/54134536211/in/album-ÇÕES FEDERAIS – O governo brasileiro tem implementado uma série de medidas estratégicas para enfrentar a crise climática e promover o desenvolvimento sustentável. Com elas, o Brasil busca se reposicionar como líder global na agenda ambiental, reforçando o compromisso com a preservação dos biomas e o combate às mudanças climáticas. Entre essas ações, destacam-se:

Plano de Transformação Ecológica (PTE): Lançado em 2023, é um plano abrangente que visa a redução das emissões de gases de efeito estufa nas atividades produtivas, a criação de empregos verdes e a promoção da inovação tecnológica. O plano está estruturado em seis eixos principais, incluindo finanças sustentáveis, bioeconomia e sistemas agroalimentares, transição energética, economia circular, nova infraestrutura verde e adaptação climática.

Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm): Criado em 2004, o PPCDAm foi o principal responsável pela queda de 83% do desmatamento até 2012. Após um período de retrocesso, o plano foi retomado em 2023 com o objetivo de alcançar o desmatamento zero até 2030, focando em atividades produtivas sustentáveis, monitoramento ambiental e ordenamento territorial.

Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg): O Planaveg visa restaurar pelo menos 12 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030, por meio de incentivos financeiros, fortalecimento de políticas públicas e promoção de boas práticas agropecuárias.

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