O Governo Necessita de Esforço Suplementar de R$ 42,3 Bilhões no Último Bimestre para Equilibrar o Déficit Primário
Os Dados Apresentados no Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de Novembro, Divulgado na Quinta-Feira (21)
A Instituição Fiscal Independente (IFI) projeta que o governo federal demandará um acréscimo substancial de R$ 42,3 bilhões nos dois últimos meses de 2024 para alcançar o equilíbrio do déficit primário.
Caso o Executivo almeje alcançar o patamar inferior da meta fiscal, conforme estipulado pela margem de tolerância de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), tal esforço seria reduzido a R$ 13,6 bilhões, a serem obtidos ao longo de novembro e dezembro. As informações foram detalhadas no Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de novembro, que foi revelado na quinta-feira, 21 de novembro.
De acordo com a IFI, “faltariam ao Governo R$ 42,3 bilhões para atender plenamente à meta fiscal central do déficit primário estabelecida para 2024, ou R$ 13,6 bilhões para atingir o limite inferior da faixa de tolerância da meta. Este montante de R$ 13,6 bilhões poderia ser viabilizado por meio da maior efetividade de algumas das medidas previstas na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, por eventuais surpresas positivas na arrecadação tributária decorrentes da dinâmica da atividade econômica, ou até mesmo pela não execução integral das emendas parlamentares previstas para o ano de 2024”, conforme exposto no relatório.
Alexandre Andrade e Pedro Souza, respectivamente diretor e analista da IFI, indicam que o desafio fiscal do governo pode ser mitigado com a manutenção das restrições na execução das emendas parlamentares, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), somado ao habitual empoçamento de recursos nos ministérios, prática recorrente nas etapas finais do ano fiscal.
“Considerando o curto espaço de tempo restante até o encerramento do exercício, o cumprimento da meta fiscal deste ano poderá se tornar uma tarefa mais viável”, concluem.