Dólar sofre desvalorização após indicação de Trump para o Tesouro dos EUA; Bolsa registra queda
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Dólar sofre desvalorização após indicação de Trump para o Tesouro dos EUA; Bolsa registra queda

O presidente norte-americano comunicou sua escolha na noite da última sexta-feira (22), gerando uma reação positiva entre os investidores, que passaram a vislumbrar uma gestão mais prudente e fiscalmente responsável

 

Na tarde desta segunda-feira (25), o dólar apresentou um tímido recuo frente ao real, acompanhando a tendência de enfraquecimento das moedas de mercados emergentes. Paralelamente, o Índice Bovespa também experimentava um declínio, refletindo o impacto da repercussão global sobre a nomeação de Scott Bessent para o cargo de secretário do Tesouro dos Estados Unidos, uma decisão anunciada por Donald Trump na noite da última sexta-feira (22).

Às 15h25, o dólar à vista mostrava uma leve desvalorização de 0,04%, sendo cotado a R$ 5,81 para venda. No mesmo intervalo, o principal índice da bolsa brasileira registrava uma retração de 0,08%, alcançando 129 mil pontos.

A nomeação de Bessent, um renomado veterano de Wall Street e amplamente reconhecido por sua postura fiscal conservadora, foi vista com bons olhos pelos investidores. A expectativa é de que sua presença à frente do Tesouro norte-americano signifique uma administração mais focada na responsabilidade fiscal, um alicerce fundamental para os mercados financeiros.

Simultaneamente, os investidores ajustavam suas estratégias, preparando-se para uma semana repleta de eventos econômicos de relevância, como a divulgação do índice PCE — o termômetro de inflação predileto do Federal Reserve — e a publicação da ata da mais recente reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos.

 

Perspectivas no Cenário Internacional

No plano internacional, os agentes financeiros voltaram sua atenção para a recente escolha do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ao nomear Scott Bessent para o cargo de secretário do Tesouro. A decisão gerou intensas avaliações, uma vez que Bessent é conhecido por suas posições econômicas pragmáticas e de linha mais moderada, contrastando com as propostas mais agressivas do próprio Trump.

Bessent, defensor de uma reforma tributária abrangente e da desregulamentação, tem como objetivo impulsionar a concessão de empréstimos bancários e fomentar a produção de energia, conforme expressou em um artigo de opinião recente para o Wall Street Journal. Sua visão é de uma economia mais flexível, onde as barreiras regulatórias são diminuídas para promover o crescimento setorial.

De acordo com Renato Nobile, analista da Buena Vista Capital, a escolha de Bessent sinaliza uma possível moderação nas políticas econômicas do novo governo. “O mercado interpreta isso como uma sinalização mais ponderada, especialmente após toda a retórica agressiva de Trump, que promete ‘tarifar tudo’. Esse não é o modelo de pensamento de Scott Bessent”, afirmou Nobile, destacando a discrepância entre as propostas do presidente eleito e as do seu novo secretário do Tesouro.

 

Perspectivas no Cenário Nacional

No contexto doméstico, o mercado aguarda com atenção o anúncio das medidas de contenção de gastos prometidas pelo governo, que havia se comprometido a divulgar o pacote fiscal após o segundo turno das eleições municipais. Esse aguardado conjunto de ações visa, entre outras coisas, ajustar as finanças públicas e garantir o cumprimento das metas fiscais estabelecidas para o próximo exercício.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve, nesta manhã, uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. A expectativa é de que, ao longo da semana, o governo revele as medidas de austeridade necessárias para o alinhamento orçamentário e fiscal.

Segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o grande destaque da semana será, sem dúvida, o pacote fiscal. “A expectativa está centrada na divulgação das medidas, que têm o potencial de alterar substancialmente as projeções econômicas do país”, afirmou Sanchez, que também mencionou os dados da pesquisa Focus. Os números da pesquisa revelaram, nesta segunda-feira, uma elevação nas projeções do mercado para a taxa Selic e a inflação em 2025, sinalizando uma visão mais cautelosa dos investidores diante das incertezas fiscais.

Na noite da última sexta-feira, o governo já havia anunciado o bloqueio adicional de R$ 6,04 bilhões no Orçamento de 2024, como parte do esforço para atingir a meta de resultado primário estabelecida para o ano. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia antecipado que seriam necessários cortes superiores a R$ 5 bilhões para garantir a disciplina fiscal e atender às exigências da política econômica.

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