A Elevação do Nível do Mar e suas Implicações na Disponibilidade de Água Doce: Um Alerta Necessário
Cientistas e pesquisadores do domínio marinho divulgaram uma publicação recente que alerta para a elevação do nível do mar e suas repercussões sobre os sistemas de água doce, em face do atual e do futuro cenário climático. Intitulado “Navigating the Future VI”, o artigo revela que o aumento do nível do mar pode comprometer a disponibilidade de água doce. Essa obra foi publicada no dia 23 de outubro.
Os especialistas em ciências marinhas ressaltam que não é mais viável considerar e gerir o oceano e a água doce de forma isolada.
“O aquecimento global propicia o aumento do nível do mar, o qual está forçando a água do mar a adentrar áreas internas, como rios, pântanos e aquíferos subterrâneos de água doce, ocasionando consequências prejudiciais à qualidade da água”, afirma Peter Kraal, da NIOZ Sea Research, co-líder do capítulo que aborda a interação entre água doce e oceano na publicação, em comunicado à imprensa.
No referido capítulo, o autor elucida que a elevação do nível do mar e seus efeitos sobre a água doce podem acarretar alterações nas condições de vida da fauna aquática e comprometer a adequação dessa água para consumo humano e práticas agrícolas.
Adicionalmente, o artigo indica que a “intrusão” da água salgada — o deslocamento da água salina para os sistemas de água doce — também ocorre nas camadas subterrâneas, intensificada pela exploração excessiva de água subterrânea doce promovida por atividades humanas. Tal prática pode alterar a composição química e a qualidade dos aquíferos costeiros, segundo os autores.
“Outrossim, as atividades humanas geram fluxos de resíduos contendo uma combinação de produtos químicos perigosos que ingressam no ciclo global da água, percorrendo o caminho desde os reservatórios de água doce até o oceano. A água doce e o oceano estão interligados de maneira intrínseca e influenciam um ao outro; é imperativo que compreendamos essa relação para utilizarmos ambos os componentes do ciclo global da água de maneira sustentável”, conclui Kraal.