Alzheimer Precoce: Identificação dos Sinais de Alerta que Podem Emergir Já aos 50 Anos
SAÚDE

Alzheimer Precoce: Identificação dos Sinais de Alerta que Podem Emergir Já aos 50 Anos

Um dos preponderantes fatores de risco associados ao Alzheimer é a idade. De acordo com o Ministério da Saúde, tal patologia representa a forma mais prevalente de demência neurodegenerativa entre a população idosa, sendo sua incidência notoriamente acentuada a partir dos 65 anos. Todavia, há relatos de casos raros em que os sinais desta condição podem se manifestar antes desse marco temporal, a partir dos 50 anos, e, em situações ainda mais excepcionais, desde os 40 anos. Esta condição é referida como Alzheimer precoce.

Conforme elucidado por Paulo Bertolucci, respeitável professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), o Alzheimer de início precoce é caracterizado como uma doença neurodegenerativa diagnosticada antes dos 65 anos e sem antecedentes familiares associados. “De maneira geral, indivíduos com histórico familiar de Alzheimer podem apresentar o surgimento da doença em uma idade mais precoce, antes dos 65 anos. Contudo, a maioria dos afetados por Alzheimer de início precoce não possui registros de casos na família”, observa.

O especialista discorre ainda sobre os principais fatores de risco para o desenvolvimento do Alzheimer precoce, os quais incluem afecções cardiovasculares, tais como hipertensão, diabetes, sedentarismo, obesidade e comprometimento da qualidade do sono. “Indivíduos que sofrem de distúrbios como apneia do sono ou insônia tendem a apresentar uma qualidade do sono inferior, dificultando a transição para as fases mais profundas do sono, o que, por sua vez, favorece o acúmulo de proteínas no cérebro associadas ao Alzheimer”, explica.

 

Sinais e Sintomas do Alzheimer Precoce
Os sinais de alerta e os sintomas associados ao Alzheimer precoce não se distinguem de maneira substancial daqueles observados na forma de início tardio da enfermidade. Entretanto, a manifestação desses sintomas pode apresentar nuances diferenciadas em indivíduos mais jovens. Segundo o professor Paulo Bertolucci, nos idosos, as dificuldades relacionadas à memória figuram como os primeiros indícios do Alzheimer, seguidas por outros sintomas neurodegenerativos que afetam a linguagem, a motricidade e o comportamento.
“Em indivíduos mais jovens, os sinais iniciais podem emergir na esfera da linguagem. Ou seja, as pessoas podem começar a experimentar uma progressiva dificuldade em encontrar palavras ou apresentar afasia, que é uma disfunção da linguagem que compromete a capacidade de compreender, falar, escrever, ler e realizar gestos”, esclarece o especialista. “Subsequentemente, podem ocorrer alterações comportamentais e, em casos mais raros, dificuldades visuais”, complementa.
Entretanto, Bertolucci enfatiza que existem situações nas quais as dificuldades de memória podem, efetivamente, surgir como os primeiros sinais de alerta. “Mesmo quando o Alzheimer precoce inicia-se com comprometimentos da memória, a linguagem rapidamente se torna uma dificuldade preponderante”, assevera.
De acordo com o professor, tal distinção ocorre devido à maior vulnerabilidade dos idosos, decorrente do processo natural de envelhecimento, a apresentarem alterações na memória, ao passo que, nos indivíduos mais jovens, esse risco é consideravelmente menor.
Diagnóstico e Tratamento do Alzheimer Precoce
O diagnóstico do Alzheimer precoce é realizado mediante uma meticulosa análise dos sintomas apresentados, bem como do histórico pessoal e familiar do paciente. Adicionalmente, podem ser requisitados exames destinados à avaliação das funções cerebrais, incluindo exames de imagem, como tomografias ou ressonâncias magnéticas, além de análises laboratoriais que visam identificar biomarcadores associados à patologia, como as proteínas beta-amiloide 42 e 40. No contexto do Alzheimer, observa-se um acúmulo anômalo dessas proteínas no cérebro, culminando na formação de placas amiloides.
Em termos de tratamento, este se alinha ao protocolar utilizado para o Alzheimer de início tardio. Cumpre salientar que a enfermidade, até o presente momento, não dispõe de cura, e, portanto, o enfoque terapêutico é orientado para a mitigação dos sintomas associados, visando à melhoria da qualidade de vida do paciente.
Conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, o tratamento do Alzheimer pode abranger a administração de medicamentos que buscam estabilizar o comprometimento cognitivo e comportamental. A pasta disponibiliza, nas unidades de saúde do país, o medicamento Rivastigmina em forma de adesivo transdérmico, destinado ao tratamento da enfermidade. O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para essa condição também abrange o uso de fármacos como donepezila, galantamina e memantina.
Além disso, o suporte psicológico e a terapia cognitiva revelam-se essenciais ao longo do tratamento do Alzheimer, sendo recomendadas para aprimorar a função cognitiva, a memória e a capacidade de realizar tarefas cotidianas.
Prevenção do Desenvolvimento Precoce do Alzheimer
O Alzheimer precoce pode ser prevenido por meio da mitigação dos fatores de risco associados ao seu desenvolvimento. Dessa forma, as principais estratégias preventivas envolvem a adoção de uma alimentação equilibrada e nutritiva, a prática regular de atividades físicas, a promoção de uma qualidade do sono aprimorada — mediante o tratamento de distúrbios que possam estar subjacentes, como insônia ou apneia do sono — bem como a abstinência do tabagismo e a contenção do consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Ademais, é imperativo manter um acompanhamento rigoroso e adequado das condições cardiovasculares e metabólicas, como hipertensão e diabetes, as quais estão intrinsecamente relacionadas a um aumento no risco de demência. Este manejo efetivo não apenas contribui para a prevenção do Alzheimer precoce, mas também favorece a saúde geral e o bem-estar a longo prazo.

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