As Bolsas Europeias Encerram em Alta, Impulsionadas por Expectativas de Cortes no BCE

As bolsas europeias encerraram a sessão desta quinta-feira (21) em terreno positivo, após duas quedas consecutivas. A crescente intensificação das hostilidades entre Rússia e Ucrânia exerceu influência negativa sobre os ativos financeiros, no entanto, a recuperação foi sustentada ao longo do pregão pelas perspectivas de cortes nas taxas de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE), cuja probabilidade foi reforçada por declarações de dirigentes da instituição e dados econômicos relevantes.

O índice pan-europeu Stoxx 600 registrou um avanço de 0,41%, fechando aos 502,54 pontos.

O clima de tensão foi agravado pela acusação da Força Aérea ucraniana, que responsabilizou a Rússia pelo lançamento de um míssil balístico intercontinental contra a cidade de Dnipro. Este episódio marcou a primeira utilização de um armamento dessa magnitude pelo Kremlin desde o início do atual conflito, que já se estende por quase três anos.

Tal ofensiva ocorre em um contexto de exacerbação nas hostilidades, com o respaldo dado pelos Estados Unidos para que Kiev empregue armamentos de longo alcance contra as forças russas. Na quarta-feira, a Ucrânia deu um passo significativo ao utilizar mísseis de cruzeiro britânicos contra alvos militares em território russo, também pela primeira vez.

Paralelamente, o índice de confiança do consumidor na zona do euro sofreu uma queda, recuando para -13,7 pontos em novembro, frente ao resultado de -12,5 em outubro. Esse desempenho ficou aquém das previsões dos analistas, que esperavam uma marca de -12,4 pontos, conforme pesquisa realizada pela FactSet.

Esses indicadores reforçam a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) possa adotar uma postura acomodatícia e retomar os cortes de juros como medida para mitigar os efeitos da desaceleração econômica. Em declaração recente, o dirigente Yannis Stournaras sugeriu que um corte de 25 pontos-base em dezembro seria a “resposta adequada” diante do atual cenário da inflação. Por sua vez, Christodoulos Patsalides, outro membro do conselho do BCE, sinalizou a possibilidade de uma continuidade nos ajustes da taxa de juros, em um “ritmo e magnitude estáveis”, dependendo dos dados econômicos e das novas projeções a serem divulgadas no próximo mês.

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Em Frankfurt, o índice DAX demonstrou um robusto desempenho, avançando 0,75%, aos 19.147,47 pontos. Em Paris, o CAC 40 registrou uma modesta alta de 0,21%, encerrando a sessão aos 7.213,32 pontos. Em Milão, o FTSE MIB teve um acréscimo de 0,20%, atingindo 33.294,96 pontos. Já em Madri, o Ibex 35 subiu 0,19%, alcançando 11.611,70 pontos, enquanto em Lisboa, o PSI teve um leve ganho de 0,12%, somando 6.360,47 pontos. Fora da zona do euro, o FTSE 100, em Londres, avançou 0,79%, atingindo 8.149,27 pontos.

De acordo com a análise da Capital Economics, as empresas alemãs apresentam uma vulnerabilidade particular frente a uma possível guerra comercial, devido à sua estreita ligação comercial com a China e ao considerável superávit comercial com os Estados Unidos.

No que tange às ações francesas, o foco recai sobre o setor de luxo, que tem sido substancialmente impactado pelas incertezas quanto ao crescimento econômico da China. A consultoria observa que, dado que França e Alemanha representam cerca de 60% do índice MSCI da zona do euro, as perspectivas para a região, em termos gerais, permanecem modestas.

Ainda assim, a análise aponta alguns pontos de otimismo, destacando o bom desempenho das ações do setor financeiro na Itália e na Espanha, que se apresentam como uma exceção positiva dentro do contexto europeu mais amplo.

Em relação a ações individuais, a ASML teve um aumento de 2,43% em Amsterdã, no dia subsequente à divulgação do balanço da Nvidia. A gigante americana de semicondutores superou as estimativas de lucro e receita, embora tenha registrado uma desaceleração nas vendas e uma ligeira compressão na margem de lucro, sinalizando uma possível moderação no ritmo de crescimento da empresa.