Bolhas Enigmáticas Emergem na Via Láctea; Descubra Suas Possíveis Origens
O que são as Bolhas de Fermi?
De acordo com a equipe de pesquisadores, as Bolhas de Fermi foram identificadas apenas em 2010, em decorrência de um fenômeno específico no ambiente espacial.
A região em questão é permeada por uma densa névoa de raios gama, que obstaculiza a observação dessas estruturas enigmáticas.
Em termos simplificados, essa névoa desloca-se quase à velocidade da luz e, ao colidir com gás, poeira e luz presentes na Via Láctea, gera uma quantidade ainda maior de raios gama.
Diante disso, tornou-se imperativo eliminar todos esses “obstáculos” para que se pudesse discernir que se tratava, de fato, das Bolhas de Fermi.
Em 2010, uma das teorias propostas sugeria que as Bolhas de Fermi poderiam representar os “restos da última refeição” do buraco negro supermassivo localizado no núcleo da galáxia, conhecido como Sagittarius A* (Sgr A*).
Esta “refeição” consistiria em uma substancial quantidade de matéria, possivelmente uma nuvem de gás, cuja interação resultou na expulsão de jatos de partículas de alta energia.
Outra hipótese vigente na época indicava que as Bolhas de Fermi seriam fruto de um intenso processo de formação estelar no centro da galáxia, onde ventos estelares e explosões de supernovas teriam liberado o gás necessário para a formação dessas estruturas impressionantes.
Bolhas no Centro da Via Láctea
Nos últimos anos, um número crescente de pesquisadores tem se dedicado a publicar estudos que buscam elucidar a origem das enigmáticas Bolhas de Fermi.
Em 2023, por exemplo, um grupo da Universidade Metropolitana de Tóquio (TMU), no Japão, apresentou evidências teóricas que sugerem um possível mecanismo de formação desses objetos. Esta hipótese conta com o respaldo de diversos cientistas da área.
Os pesquisadores postulam que ventos rápidos originados do buraco negro supermassivo teriam injetado energia no gás circundante à região central da Via Láctea, o que poderia ter provocado um choque reverso, culminando na formação das bolhas.
“Ao confrontar os resultados das simulações numéricas com as observações, indicamos que as bolhas foram geradas por um vento acelerado do centro galáctico, uma vez que este provoca um forte choque reverso e reproduz o pico de temperatura ali observado”, esclarece o estudo da TMU, publicado na respeitável revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
De qualquer modo, a ciência ainda não alcançou um consenso acerca da origem das duas Bolhas de Fermi, e, assim, a busca por respostas persiste.