A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que visa abolir a prática laboral em regime de escala 6X1, gerou cisão entre as principais centrais sindicais do país.
Paulinho da Força (SD-SP), deputado federal, figura emblemática e fundador da Força Sindical, manifestou reservas quanto à viabilidade da PEC, expressando apreensão de que sua aprovação possa desencadear demissões em empresas operantes com quatro turnos contínuos.
“Trata-se de uma questão intrincada, sobre a qual mantenho certo ceticismo. Aquelas empresas que operam em regime 6X1 costumam adotar o sistema de quatro turnos, e a mudança pode resultar na dispensa de um trabalhador. Não estou convicto de que haverá fôlego para que esta proposta avance na Câmara dos Deputados”, afirmou o parlamentar.
Em contraponto, Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e membro do PSD, declarou total apoio à emenda. “Consideramos que a PEC é acertada e estamos em sua defesa. Como integrante da direção do PSD, irei pleitear o apoio da bancada à proposta no Congresso”, declarou Patah. Ele ressaltou que a UGT, com forte presença nos setores de comércio e serviços, seria diretamente beneficiada pela medida.
Por sua vez, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirmou, por meio de sua assessoria, que ainda não possui posição formal sobre o tema. Contudo, em confidência, membros da central recordam que a redução da jornada de trabalho, sem decréscimo salarial, constitui uma bandeira histórica da entidade, reforçando o alinhamento com os direitos trabalhistas fundamentais.