Dólar Registra Alta de 0,49% na Semana e Conclui o Período Acima dos R$ 5,80; Bolsa Brasileira Avança

Nesta sexta-feira (22), o dólar fechou praticamente estável no Brasil, mantendo-se acima da marca de R$ 5,80, à medida que investidores aguardam desdobramentos no campo fiscal. No cenário externo, a moeda norte-americana consolidou ganhos consistentes frente à maioria das demais divisas, impulsionada por novos indicadores econômicos oriundos das economias centrais.

Enquanto isso, o índice Ibovespa experimentava um avanço robusto, sustentado pelo anúncio recente da Petrobras, quando a estatal delineou seu plano de negócios e informou a distribuição de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários.

A cotação do dólar à vista encerrou o pregão de hoje com leve variação positiva de 0,04%, sendo negociado a R$ 5,8143 na venda. No acumulado semanal, a divisa norte-americana apresentou uma valorização de 0,49%.

Paralelamente, o principal índice da Bolsa Brasileira, o Ibovespa, operava em alta de 1,29% por volta das 17h02, alcançando os 128.559,82 pontos.

Os agentes de mercado permanecem atentos à definição do novo secretário do Tesouro do governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, com uma decisão aparentemente iminente por parte do líder republicano.

A Rússia divulgou, mais cedo, que o ataque à Ucrânia, ocorrido na véspera, com o lançamento de um míssil balístico hipersônico recentemente desenvolvido, tinha como propósito enviar uma mensagem clara ao Ocidente: Moscou responderá a decisões e ações “imprudentes” que apoiem o governo ucraniano.

O conflito no leste europeu tem dominado a atenção dos agentes financeiros nas últimas sessões de mercado. A aversão ao risco já havia se intensificado desde a última terça-feira (18), quando o presidente russo, Vladimir Putin, sancionou a revisão da doutrina nuclear do país, flexibilizando as condições para o uso de armamento nuclear.

Tal medida foi uma retaliação aos rumores de que os Estados Unidos teriam autorizado o uso de mísseis de longo alcance, fornecidos à Ucrânia, com a capacidade de realizar ataques profundos no território russo.

Simultaneamente, a valorização da moeda norte-americana no mercado internacional encontrou sustentação na fraqueza do euro, que se viu pressionado por dados econômicos adversos divulgados no início da manhã.

Os indicadores econômicos da zona do euro revelaram um quadro inesperadamente negativo neste mês, com o setor de serviços registrando uma contração acentuada e o setor industrial afundando ainda mais na recessão, conforme apontado por uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira.

Na presente sessão, o mercado aparentemente relegou para segundo plano as expectativas em torno das medidas de contenção de gastos a serem anunciadas pelo governo, uma vez que ficou claro que tal anúncio ocorrerá apenas na próxima semana.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na última quinta-feira (21) que a data de divulgação do pacote fiscal será definida na próxima segunda-feira, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevista para a manhã do dia seguinte.

“Na segunda-feira de manhã, vamos finalizar a redação dos atos que já foram esboçados pela Casa Civil. Apresentaremos a minuta dos atos ao presidente [Lula], ajustando detalhes e, inclusive, alinhando o acordo firmado com o Ministério da Defesa, que ele tomou conhecimento informalmente de mim hoje”, declarou Haddad aos jornalistas, ao deixar a sede do ministério.

Em paralelo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados que apontam uma redução na taxa de desocupação, ou taxa de desemprego, em sete unidades da federação no terceiro trimestre deste ano, quando comparado ao trimestre anterior. Nas demais 20 unidades, a taxa se manteve estável, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

A maior queda foi registrada na Bahia, onde a taxa recuou 1,4 ponto percentual, passando de 11,1% no segundo trimestre para 9,7% no terceiro trimestre, um reflexo significativo no quadro de desemprego local.