Dor: Sintoma Predominante na Covid Longa, Revela Estudo
ESPÍRITO SANTOSAÚDESOCIAL

Dor: Sintoma Predominante na Covid Longa, Revela Estudo

De acordo com um recente estudo conduzido por pesquisadores da University College London (UCL), a dor emerge como o sintoma mais proeminente e severo em indivíduos com Covid longa. Publicado no JRSM Open na quarta-feira (28), o estudo revela que diferentes tipos de dor são os sintomas mais prevalentes entre os afetados, atingindo 26,5% dos participantes.

A Covid longa é definida pela persistência de sintomas relacionados à infecção por mais de quatro semanas após a conclusão da doença. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), 10% a 20% dos infectados com Covid-19 desenvolvem Covid longa. No Brasil, um estudo da Fiocruz revelou que cerca de 50% dos diagnosticados com Covid-19 apresentam sintomas persistentes pós-infecção.

O estudo, que analisou dados de mais de mil indivíduos na Inglaterra e no País de Gales que registraram seus sintomas entre novembro de 2020 e março de 2022, evidenciou que a maioria dos participantes relatou dor, incluindo cefaleia, artralgia e dor abdominal. Outros sintomas mencionados foram distúrbios neuropsicológicos, como ansiedade e depressão (18,4%), fadiga (14,3%) e dispneia (7,4%). A análise também revelou que a intensidade dos sintomas, especialmente a dor, aumentou em média 3,3% a cada mês desde o registro inicial.

 

Impacto de Fatores Demográficos e de Gênero nos Sintomas da Covid Longa

Conforme os pesquisadores, fatores demográficos exerceram influência substancial na gravidade dos sintomas. Indivíduos mais idosos apresentaram sintomas mais severos, com aqueles na faixa etária de 68 a 77 anos relatando um aumento de 32,8% na gravidade dos sintomas. Para aqueles entre 78 e 87 anos, a intensidade dos sintomas aumentou em 86% em comparação com a faixa etária de 18 a 27 anos.

Além disso, diferenças de gênero revelaram impactos notáveis. As mulheres relataram 9,2% mais sintomas intensos, incluindo dor, em relação aos homens. A etnia também influenciou os resultados: pacientes não brancos relataram 23,5% mais sintomas intensos de Covid longa comparados aos pacientes brancos.

O status socioeconômico, avaliado pelo Índice de Múltipla Deprivação (IMD), demonstrou também uma influência, com participantes de regiões menos carentes relatando sintomas menos graves do que aqueles de áreas mais carentes, embora o número total de sintomas não variou de forma significativa com o status socioeconômico.

“Nosso estudo evidencia a dor como um sintoma predominantemente autorrelatado na Covid longa e ressalta a importância dos fatores demográficos na gravidade dos sintomas”, afirma David Sunkersing, do Instituto de Informática em Saúde da UCL e autor principal do estudo.

“Diante da persistência das ocorrências de Covid-19, como as variantes LB.1 e D-FLiRT, o risco de novos casos de Covid longa permanece uma preocupação premente. Nossas descobertas podem orientar a formulação de intervenções e estratégias de suporte específicas para os grupos mais vulneráveis”, avalia.

Qual Sua Reação?

Alegre
0
Feliz
0
Amando
0
Normal
0
Triste
0

You may also like

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *