Governo planeja implementar critério de flexibilidade no sistema elétrico
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Governo planeja implementar critério de flexibilidade no sistema elétrico

O Ministério de Minas e Energia (MME) propôs, na última quarta-feira (6), a incorporação de um novo critério de suprimento para o Sistema Interligado Nacional (SIN), tema discutido na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). Intitulado critério de flexibilidade, este conceito alude à capacidade do sistema de ajustar a entrega de potência de modo a atender as oscilações da demanda de carga, promovendo uma maior adaptação às exigências energéticas em tempo real.

Segundo o MME, o critério de flexibilidade é um elemento fundamental para equilibrar a demanda e a geração de energia, especialmente em vista da crescente utilização de fontes intermitentes de geração, que dependem de variáveis sazonais e climáticas. A expectativa é de que o novo critério seja submetido à avaliação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) até o fim de 2025.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) já deu início aos estudos técnicos para viabilizar a criação do indicador, prevendo consultas públicas e uma série de workshops para promover debates e reunir contribuições sobre o tema.

Ainda durante a reunião, foram apresentados dados relativos ao regime pluviométrico nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, além de evidências de atraso no período chuvoso na região Norte. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indicou a tendência de que este comportamento meteorológico persista nas próximas semanas, com precipitações mais localizadas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e uma provável continuidade de chuvas abaixo da média no Norte do país.

A adoção do critério de flexibilidade representa, portanto, um marco na modernização do setor elétrico nacional, alinhando-o aos desafios impostos pela diversificação das fontes de energia e pela gestão dinâmica da demanda.

 

Atualização sobre a Energia Natural Afluente (ENA)

Em outubro, os valores da Energia Natural Afluente (ENA) ficaram aquém da média histórica em todos os subsistemas do Sistema Interligado Nacional (SIN). A previsão para novembro sugere que a ENA continuará abaixo da média em todos os subsistemas, à exceção do Sul.

Durante o mês de outubro, os valores de ENA em relação à Média de Longo Termo (MLT) foram:

  • Sudeste/Centro-Oeste: 58%
  • Sul: 84%
  • Nordeste: 40%
  • Norte: 44%

Para novembro, as projeções apontam os seguintes percentuais em relação à MLT:

  • Sudeste/Centro-Oeste: 61%
  • Sul: 118%
  • Nordeste: 65%
  • Norte: 44%

No cenário otimista, os valores previstos seriam de 116%, 46%, 93% e 64% da MLT para os subsistemas do Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente.

 

Atualização sobre a Energia Armazenada no SIN e medidas para atendimento da demanda

Em outubro, o nível de armazenamento de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) atingiu aproximadamente 44%, distribuído da seguinte forma:

  • Sudeste/Centro-Oeste: cerca de 40%
  • Sul: 65%
  • Nordeste: 45%
  • Norte: 63%

Dada a variabilidade esperada para os próximos meses, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sinalizou que, em cenários de temperaturas elevadas associadas a uma baixa geração eólica, será necessário mobilizar recursos adicionais para garantir o atendimento pleno da demanda energética entre novembro de 2024 e janeiro de 2025. Essas medidas incluem o despacho de usinas termelétricas, a ativação do mecanismo de resposta da demanda e, se necessário, a importação de energia elétrica.

Além disso, na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apresentou um plano emergencial para assegurar o atendimento energético dos municípios de Anamã, Caapiranga e Codajás, no Amazonas. A deliberação destacou a prioridade no suporte a essas localidades, que enfrentam desafios adicionais no abastecimento elétrico devido a condições geográficas e climáticas particulares.

 

Avanços na Expansão de Geração e Transmissão de Energia

Em outubro de 2024, o Sistema Interligado Nacional (SIN) registrou um incremento significativo em sua infraestrutura de geração e transmissão. No mês, foram adicionados:

  • 1.534 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica,
  • 467 km de novas linhas de transmissão,
  • 1.485 MVA de capacidade de transformação.

Esse progresso integra um desempenho expansivo acumulado ao longo de 2024. De janeiro a outubro, os acréscimos somaram:

  • 9.354 MW de nova capacidade de geração centralizada,
  • 2.890,4 km de linhas de transmissão,
  • 12.615 MVA em capacidade de transformação.

Esses investimentos refletem o compromisso contínuo com o fortalecimento e a modernização do setor elétrico nacional, aumentando a robustez e a resiliência da infraestrutura energética para atender à demanda crescente de maneira mais eficaz e segura.

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