Identifique quais alimentos podem elevar o risco de diabetes em crianças
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Identifique quais alimentos podem elevar o risco de diabetes em crianças

A alimentação figura entre os fatores que influenciam o risco de desenvolver diabetes. Nesse contexto, um estudo recente identificou alimentos que, quando consumidos na infância, podem elevar o risco do diabetes tipo 1, enquanto outros podem exercer efeito protetor. As conclusões foram expostas durante o encontro anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD), em Madri, entre 9 e 13 de setembro.

O diabetes se caracteriza pelo aumento da glicemia, sendo desencadeado por fatores genéticos, biológicos e ambientais. Distingue-se em dois tipos: tipo 1, no qual o organismo perde a capacidade de metabolizar glicose, afetando especialmente jovens; e tipo 2, relacionado à resistência à insulina, comum em adultos com hábitos alimentares inadequados que resultam em obesidade, dislipidemia e hipertensão.

No tipo 1, o sistema imunológico destrói células produtoras de insulina no pâncreas, impedindo a produção suficiente do hormônio regulador da glicose. Embora a causa seja incerta, acredita-se que fatores genéticos e ambientais, como alimentação ou infecção viral, atuem como gatilhos.

Diversos alimentos foram previamente associados à autoimunidade das células pancreáticas e ao desenvolvimento do diabetes tipo 1, mas faltam evidências robustas. Com isso, o estudo atual investigou a influência da dieta na infância sobre o risco da doença em milhares de crianças finlandesas.

Os pesquisadores acompanharam 5.674 crianças com predisposição genética ao diabetes tipo 1, desde o nascimento até os seis anos. Os pais, repetidamente, registraram os hábitos alimentares dos filhos, de três meses a seis anos, fornecendo dados essenciais sobre a dieta das crianças.

Aos seis anos, 94 das crianças estudadas desenvolveram diabetes tipo 1, enquanto 206 apresentaram autoimunidade das células produtoras de insulina, o que as coloca em risco consideravelmente elevado de contrair a doença nos anos seguintes.

Os pesquisadores constataram que o consumo elevado de frutas, aveia ou centeio correlacionava-se com um maior risco de diabetes tipo 1. Em contraste, a ingestão de morangos, mirtilos, framboesas, groselhas negras e outras frutas vermelhas mostrou-se protetora contra a enfermidade.

“A riqueza das frutas vermelhas em polifenóis, compostos vegetais que podem reduzir a inflamação associada ao diabetes tipo 1, é notável”, afirma a professora Suvi Virtanen, do Instituto Finlandês de Saúde e Bem-Estar em Helsinque, que coordenou o estudo.

“Ademais, as frutas vermelhas tendem a estar isentas de pesticidas presentes em outras frutas, o que pode ser benéfico”, completa. Além das frutas vermelhas, vegetais como brócolis, couve-flor e repolho foram associados a um menor risco de diabetes tipo 1.

Entre os alimentos identificados pelo estudo como associados a um aumento do risco de diabetes tipo 1 encontram-se aveia, banana, produtos lácteos fermentados (como iogurtes) e trigo. Os pesquisadores observaram que essas associações eram independentes, ou seja, não dependiam da presença de outros alimentos na dieta.

Contudo, ainda não é apropriado formular novas diretrizes alimentares para crianças com predisposição ao diabetes tipo 1. “Embora tenhamos identificado alimentos ligados ao aumento do risco e ao desenvolvimento da doença, muitos deles são considerados parte de uma dieta equilibrada. Nossos achados precisam ser confirmados por estudos adicionais antes que se considerem alterações nas dietas infantis”, adverte a professora Virtanen.

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