Indicação de amputação do reto no câncer colorretal
SAÚDE

Indicação de amputação do reto no câncer colorretal

A cantora Preta Gil, de 50 anos, revelou ao Fantástico que, como parte de seu tratamento contra o câncer colorretal, submeteu-se à amputação do reto. Diagnosticada em 2023, a artista compartilhou recentemente que enfrenta a recidiva da doença, agora com quatro novos focos.

“Essa doença carrega muitos tabus. Amputei o reto, e não posso ter vergonha disso, pois é minha realidade”, afirmou Preta.

Segundo Rodrigo Barbosa, cirurgião especializado em coloproctologia e integrante dos hospitais Sírio-Libanês e Nove de Julho, a amputação do reto se faz necessária quando o tumor está na porção mais baixa do órgão, sendo impossível sua remoção por outros métodos.

Tratamentos convencionais incluem quimioterapia, radioterapia, terapia-alvo e cirurgia. Entretanto, se o tumor persiste e localiza-se próximo ao ânus, a amputação torna-se indispensável.

Nesse procedimento, o reto é removido, podendo incluir também parte do intestino grosso. Em estágios avançados, pode ser inviável conectar as partes saudáveis do cólon, exigindo a colostomia – técnica que redireciona o intestino a uma abertura abdominal, permitindo que os dejetos sejam coletados em uma bolsa de colostomia.

“A amputação do reto pode influenciar significativamente a vida do paciente, alterando o controle fecal e, em alguns casos, exigindo o uso de bolsa de colostomia, conforme o estágio da enfermidade”, afirma Barbosa.

 

Câncer colorretal: o que é e quais são os fatores de risco?

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê, entre 2023 e 2025, mais de 45 mil casos anuais de câncer de intestino, com cerca de 20 novos diagnósticos por 100 mil homens e 21 por 100 mil mulheres.

Esse tipo de câncer abrange tumores no cólon (intestino grosso) e no reto (porção final). Inicialmente assintomático, pode, em estágios avançados, causar sangramento ao evacuar, dor abdominal, alterações no trânsito intestinal e na forma das fezes, que podem se tornar mais finas.

Sedentarismo, consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e álcool, obesidade, tabagismo e pólipos intestinais são fatores que elevam o risco da doença.

A colonoscopia é o método mais eficaz para diagnóstico precoce, permitindo a biópsia de amostras da mucosa intestinal. A doença também pode ser detectada em estágios avançados por cirurgias de desobstrução intestinal.

A Sociedade Brasileira de Coloproctologia recomenda o rastreamento do câncer colorretal a partir dos 45 anos na população geral. Para indivíduos com histórico familiar, o rastreio deve começar 10 anos antes da idade em que o parente foi diagnosticado.

O tratamento varia conforme o estágio da doença e pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e terapia-alvo.

“Além da amputação do reto, outros procedimentos cirúrgicos podem envolver a ressecção do cólon, dos linfonodos e, em casos de metástase hepática, parte do fígado. As intervenções são determinadas pela localização, estágio do tumor e condições de saúde do paciente”, explica Barbosa.

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