Justiça do Consumidor de São Paulo instaura inquérito contra aplicativos de transporte por crimes sexuais durante corridas
JUSTIÇA

Justiça do Consumidor de São Paulo instaura inquérito contra aplicativos de transporte por crimes sexuais durante corridas

A Promotoria de Justiça do Consumidor de São Paulo instaurou um inquérito civil para investigar a ausência de dispositivos e fiscalização que coíbam crimes como assédio sexual e estupro perpetrados por motoristas de transporte por aplicativo durante suas atividades.

Conforme o documento, a Promotoria tomou ciência de um fato relevante: no dia 16 de setembro, uma adolescente de 17 anos foi vítima de estupro durante uma corrida, cometido por um motorista registrado em uma plataforma de transporte privado.

Ademais, a Promotoria salientou que episódios de assédio sexual, estupros e outras condutas delitivas praticadas por motoristas das plataformas de transporte, como Uber e 99, são recorrentes.

Para fundamentar a acusação, o inquérito menciona matérias jornalísticas publicadas entre os anos de 2020 e 2024.

“Não se trata de um evento isolado, mas de práticas reiteradas, perpetradas por motoristas cadastrados nas plataformas de aplicativos de viagem”, destaca um trecho do documento.

O documento assevera que os mecanismos implementados para coibir práticas delituosas de natureza sexual não lograram êxito, considerando a frequência dos casos registrados.
Notificadas, as empresas têm um prazo de 15 dias corridos para apresentar recurso; caso contrário, deverão esclarecer os mecanismos de segurança adotados. Entre os aspectos a serem elucidado, estão a disponibilização das gravações das corridas, quando houver crimes contra os usuários, tanto para as vítimas quanto para as autoridades policiais, e a existência de parcerias com órgãos públicos ou entidades da sociedade civil para prestar apoio às vítimas. Além disso, devem se manifestar sobre o incidente envolvendo a adolescente de 17 anos.
Manifestação das empresas
Em resposta, a 99 afirmou possuir uma política de tolerância zero em relação a qualquer forma de violência sexual, destacando seu esforço incessante para identificar e coibir tais condutas.
Adicionalmente, a empresa enfatizou que a segurança é uma prioridade, investindo continuamente em medidas preventivas por meio de ferramentas que visem garantir uma mobilidade urbana mais segura para todas as mulheres, sejam passageiras ou motoristas.
Por sua vez, a Uber declarou, em nota, que a segurança é uma prioridade e que diversas ferramentas são empregadas antes, durante e após as viagens para assegurar que estas sejam mais tranquilas.
Veja abaixo as notas na íntegra:
99

A 99 se une à indignação e repúdio à cultura do estupro que acomete o país e reforça que possui uma política de tolerância zero sobre qualquer forma de violência sexual. A empresa trabalha incansavelmente para identificá-los e coibí-los. Segurança é prioridade para a 99, que investe continuamente em prevenção por meio de ferramentas que possam apoiar uma mobilidade urbana cada vez mais segura para todas as mulheres, passageiras e motoristas.

A plataforma conta com mais de 50 funcionalidades de segurança. Entre elas estão um botão de emergência que permite ligar diretamente para a polícia, gravação de áudio, câmera de segurança e compartilhamento de rota com contatos de confiança. O aplicativo utiliza ainda inteligências artificiais que identificam passageiras em situação de maior vulnerabilidade, como viagens à noite e originadas em bares e casas noturnas, e direciona a chamada para motoristas mulheres ou condutores mais bem avaliados. Devido a todas essas iniciativas, 99,9% das corridas na plataforma são concluídas sem incidentes.

Mais informações

Motoristas parceiros passam por um rigoroso processo de cadastro com base na análise de documentos como CPF, CNH, licenciamento do veículo e checagem de antecedentes, além de verificação do histórico em mais de 40 fontes públicas, como Banco Nacional de Mandado de Prisão, Receita Federal e Tribunais de Justiça e Denatran. O aplicativo também mantém investimentos em educação e conscientização dos usuários por meio do Guia da Comunidade 99.

A companhia possui uma Central de Segurança 24 horas que oferece suporte e acolhimento em caso de necessidade. Em colaboração com a Think Eva, a 99 desenvolveu um protocolo de atendimento humanizado a eventuais vítimas de assédio, preconceito e qualquer forma de discriminação. Também oferece, como medidas extras de proteção, monitoramento em tempo real via GPS.

 

Uber

Segurança é uma prioridade para a Uber e inúmeras ferramentas atuam antes, durante e depois das viagens para torná-las mais tranquilas. Evitar que algo aconteça sempre é uma prioridade para empresa, que também investe em iniciativas de produção e distribuição de conteúdo para conscientização de motoristas parceiros, baseada no Código da Comunidade Uber, em parceria com organizações como o MeToo Brasil e o Instituto Promundo.

No entanto, a Uber entende que a violência de gênero é um problema social complexo e sistêmico que demanda ação conjunta de toda a sociedade. Por isso, a empresa possui, desde 2018, um compromisso público de enfrentamento à violência contra a mulher, que se materializa em uma série de parcerias com especialistas e autoridades no assunto para colaborar na construção de projetos e iniciativas para enfrentar essa realidade no aplicativo e na sociedade como um todo.

Como parte desse compromisso, recentemente a Uber apoiou uma pesquisa do Instituto Patrícia Galvão que mostrou que 97% das brasileiras sentem medo de sofrer violência quando se deslocam pela cidade e que 71% das mulheres já sofreram violência durante seus deslocamentos, principalmente a pé (73%) ou no ônibus (45%). Além disso, em parceria com o MeToo, a Uber criou o canal de suporte psicológico voltado para usuárias(os) e motoristas parceiras(os), que acolhe vítimas de violência de gênero e de condutas discriminatórias

Vale destacar ainda que a Uber possui diversas parcerias de enfrentamento à violência de gênero e apoio às mulheres vítimas de violência doméstica com o Ministério das Mulheres do Governo Federal, Conselho Nacional de Justiça, Instituto Maria da Penha, Ministério Público da Bahia e Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entre outras.

Ao longo dos anos, a empresa realizou iniciativas como:

Em janeiro, a Uber lançou o Uber Cast, um videocast que além de debater as iniciativas de Diversidade, Equidade e Inclusão da empresa na construção de uma plataforma mais segura para todos, convidou especialistas para trazer suas visões nos temas abordados durante a temporada: Segurança, Violência Contra a Mulher, Racismo, LGBTQIAPN+fobia, Capacitismo e Acessibilidade. O segundo episódio é totalmente focado nos desafios de segurança enfrentados pelas mulheres, o compromisso da empresa com o combate à violência de gênero e o suposto “golpe do gás”.

A empresa apoia anualmente as atualizações da plataforma “Evidências sobre Violências e Alternativas para mulheres e meninas – EVA”, criada pelo Igarapé em 2019, também com o apoio da Uber, que consolida os registros dos sistemas oficiais de saúde e dos órgãos de segurança pública.

O 18º Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública foi patrocinado pela Uber pelo sexto ano seguido. Além de participar na cerimônia de abertura, a empresa esteve em duas mesas de discussão: “Colaboração entre empresas e autoridades policiais por meio da tecnologia” e “O crescimento da violência de gênero no Brasil: desafios e soluções”, que contou com a participação de lideranças no tema.

Em colaboração com o Instituto Avon, no início da pandemia de Covid-19, foi criada a Ângela – assistente virtual que auxilia mulheres vítimas de violência doméstica. Trata-se de um chatbot que pode ser adicionado como um contato conhecido no WhatsApp ((11) 94494-2415) e ao qual mulheres em situação de violência podem recorrer para obter orientação e códigos promocionais para viagens gratuitas no aplicativo da Uber para delegacias da mulher e demais equipamentos da rede de apoio à mulher. Além disso, a Angela também passou a ser um recurso que orienta pessoas que querem ajudar outras mulheres que estejam passando por uma situação de violência.

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