Kremlin assevera que a administração Biden intensifica de forma deliberada o conflito bélico na Ucrânia
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Kremlin assevera que a administração Biden intensifica de forma deliberada o conflito bélico na Ucrânia

Em um pronunciamento decisivo na segunda-feira (18), o Kremlin afirmou com clareza que qualquer deliberação do governo dos Estados Unidos que autorize o disparo de mísseis de fabricação norte-americana por parte da Ucrânia contra o território russo implicaria no engajamento direto do país norte-americano no conflito em curso, o que, segundo a Rússia, corresponde a uma intensificação indiscutível da hostilidade, orquestrada pela administração do presidente Joe Biden.

A Rússia tem reiterado sua posição ao Ocidente ao longo de vários meses, destacando que tal decisão agravaria exponencialmente o risco de um confronto militar direto com a OTAN, a aliança estratégica liderada pelos Estados Unidos.

Quando questionado sobre as matérias publicadas pelo New York Times e pela Reuters, que sugerem que o governo Biden teria formalizado a autorização para ataques de longo alcance, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, observou que tais informações carecem de qualquer respaldo oficial.

“Se, de fato, tal decisão foi tomada e comunicada ao regime de Kiev, estaremos diante de uma nova e qualitativamente distinta fase de tensão, implicando um envolvimento substancial dos Estados Unidos nesse conflagrado cenário”, declarou Peskov.

A posição inflexível do presidente russo, Vladimir Putin, já havia sido expressa de maneira inequívoca em seu discurso de setembro, durante evento em São Petersburgo. Putin frisou que a autorização ocidental para tais operações militares significaria, de maneira evidente, a participação direta das forças da OTAN, dos Estados Unidos e de seus aliados europeus na guerra travada na Ucrânia, dado que a infraestrutura e os recursos humanos da aliança seriam imprescindíveis para o planejamento e a execução de tais ataques.

Peskov, por fim, não deixou de apontar que o governo de saída de Washington parece determinado a continuar exacerbando a tensão, elevando o risco de um conflito ainda mais devastador.

A Reuters trouxe à tona, com grande repercussão, no domingo (17), a decisão de Washington, com base em informações de duas fontes diretamente ligadas ao governo norte-americano e de uma terceira pessoa com pleno conhecimento dos bastidores da deliberação. O New York Times também corroborou a notícia, ampliando a abrangência da informação.

De acordo com as fontes citadas nas reportagens, tal medida foi em parte uma resposta à presença de soldados norte-coreanos na região russa de Kursk, onde foram enviados para auxiliar na contenção de uma incursão ucraniana, intensificando, assim, a complexidade da situação.

Uma autoridade russa, que preferiu manter sua identidade sob sigilo, qualificou a ação dos Estados Unidos, caso confirmada, como uma provocação grave, especialmente considerando que se trata de uma administração prestes a deixar o poder. No entanto, ressaltou que tal decisão não alteraria os desdobramentos do conflito, que continua com sua dinâmica própria.

Cabe destacar que a tomada de uma porção da região de Kursk pela Ucrânia, no decorrer deste ano, constituiu-se no marco de um fato histórico: foi a primeira vez, desde o início da invasão russa da Ucrânia, que armamentos dos EUA foram utilizados em solo russo soberano reconhecido pela comunidade internacional.

A parlamentar russa Maria Butina expressou sua preocupação com a escalada, declarando: “O governo de Biden parece empenhado em exacerbar a situação ao máximo, aproveitando seus últimos momentos no poder”. Em um tom de séria apreensão, ela complementou, alimentando uma expectativa em relação à possível reversão dessa decisão sob a liderança de Donald Trump, caso ele vença nas urnas. “Essa ação é um risco extremo, colocando-nos à beira do que pode se tornar a Terceira Guerra Mundial – algo que absolutamente ninguém deseja”, ponderou.

Em resposta, as autoridades russas não cessam os alertas: a postura do Ocidente está beirando a imprudência, ao testar os limites de uma potência nuclear e incitar tensões que podem ser irreversíveis. O próprio Putin, com uma visão estratégica clara, alterou a doutrina nuclear da Rússia, sublinhando que qualquer ataque convencional contra o território russo, caso seja assistido por uma potência nuclear, poderá ser considerado um ataque em conjunto, com sérias implicações para a segurança global.

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