O Impacto do Atentado com Homem-Bomba na Dinâmica de Segurança da Praça dos Três Poderes

O atentado ocorrido na Praça dos Três Poderes, na noite de quarta-feira (13), provocou uma reconfiguração substancial na arquitetura de segurança que envolve os prédios que abrigam as instituições mais altas do poder em Brasília, como o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Em resposta imediata ao atentado, as forças de segurança intensificaram o patrulhamento na região, executando uma varredura extensiva, que inclui a mobilização de equipes especializadas na detecção e neutralização de artefatos explosivos.

Como parte das medidas preventivas, o Distrito Federal anunciou a criação de uma nova divisão antiterrorismo, cuja função será a prevenção e o combate a ataques dessa natureza, reforçando a segurança pública de modo a garantir a integridade das autoridades e das instituições. A nova divisão será integrada à Divisão de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal, conforme declarou o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar.

Além disso, o Supremo Tribunal Federal, na manhã subsequente ao atentado, determinou a reinstalação de grades de proteção ao redor de sua sede, um procedimento similar ao adotado após os eventos de 8 de janeiro, embora as grades tenham sido retiradas em fevereiro de 2024 como um sinal de normalização. Tal medida reforça a gravidade do ataque e a necessidade de proteção ainda mais rigorosa no local.

Em resposta ao atentado, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ativou o Plano Escudo, uma estratégia de segurança que autoriza a atuação das forças armadas nos palácios presidenciais sem a formalização de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem, assegurando uma proteção mais efetiva às mais altas autoridades do país.

O secretário-executivo de Segurança Pública do DF, Alexandre Patury, também mencionou que há planos para expandir a vigilância na Esplanada dos Ministérios, com a instalação de novas câmeras de segurança. Ele destacou, contudo, que o ataque de quarta-feira deve ser visto como uma ocorrência isolada e afirmou, com firmeza, que a Esplanada continua sendo o local mais seguro no Brasil.

O que aconteceu

Na noite de quarta-feira, duas explosões de grande magnitude foram registradas nas imediações do Supremo Tribunal Federal (STF), provocando uma onda de pânico e inquietação. No local, foi encontrado o corpo de um homem, posteriormente identificado como Francisco Wanderley Luiz.

A Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) também confirmou a explosão de um veículo pertencente a Francisco, ocorrido nas proximidades do Anexo 4 da Câmara dos Deputados.

O autor das explosões foi identificado como Tiü França, um ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) de Santa Catarina, que disputou as eleições de 2020. Ele foi o responsável por este atentado que abalou a capital federal.

Em uma nota oficial, o Partido Liberal de Santa Catarina se posicionou de forma contundente, reafirmando sua oposição a qualquer ato de violência que ponha em risco a integridade física das pessoas ou ameace as instituições democráticas. A legenda também reiterou seu compromisso com o equilíbrio entre os três poderes da República, destacando que sua defesa inabalável será sempre pautada pela preservação da democracia.

De acordo com as investigações preliminares, Francisco Wanderley já possuía antecedentes criminais, incluindo uma prisão em dezembro de 2012.

Após o atentado, as autoridades permaneceram em operação durante toda a noite seguinte, conduzindo uma minuciosa varredura antibomba na região, com o objetivo de garantir a neutralização de qualquer ameaça remanescente. A polícia também teve de atuar para desativar artefatos explosivos que estavam ligados ao corpo do indivíduo, que permaneceu no local do atentado até a manhã de quinta-feira (14). Esse episódio revelou a vulnerabilidade e a necessidade urgente de um aperfeiçoamento das medidas de segurança na região.