Pesquisador Discute Potenciais Riscos de “Nova Pandemia” Associados à Abertura do Reservatório do Amazonas
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Pesquisador Discute Potenciais Riscos de “Nova Pandemia” Associados à Abertura do Reservatório do Amazonas

Lucas Ferrante, biólogo da USP e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em entrevista à CNN Brasil, alertou para os riscos de uma possível “nova pandemia” decorrente da abertura do reservatório zoonótico da Amazônia. Ele enfatiza que as queimadas e os projetos de infraestrutura na região podem resultar em consequências desastrosas para a saúde pública global.

De acordo com Ferrante, um estudo recente publicado na The Lancet indica que a floresta amazônica é o maior reservatório zoonótico do planeta. “Sua abertura exporá uma imensa quantidade de patógenos – bactérias, fungos e príons – o que poderia desencadear não apenas uma nova pandemia, mas uma série de pandemias globais”, advertiu o pesquisador.

 

Impactos da BR-319

Ferrante também analisou os impactos da rodovia BR-319, que conecta Manaus a Porto Velho. Ele explicou que, após a implementação de um programa de manutenção em 2015, observou-se um aumento exponencial do desmatamento e da grilagem de terras na região. Estudos científicos, consensualmente, afirmam que o bloco florestal deve permanecer intacto para evitar graves consequências.

“A capacidade de fiscalização da área é inadequada, resultando em um descontrole da fumaça. Em apenas cinco dias, a região tornou-se o epicentro das emissões globais de gases de efeito estufa, intensificando a seca da Amazônia”, detalhou o biólogo.

 

Decisão Judicial e Direitos Indígenas

Ferrante destacou uma recente decisão judicial que suspendeu a licença prévia da rodovia BR-319, devido à carência de estudos ambientais apropriados, ausência de análise de viabilidade econômica e falta de consulta aos povos indígenas impactados. “Mais de 18 mil indígenas estão tendo seus direitos sistematicamente violados”, afirmou o pesquisador.

O biólogo concluiu ressaltando a necessidade de preservar a região, argumentando que a rodovia não representa uma solução, mas um agravante para os problemas ambientais e de saúde pública. Ele sublinhou que a abertura da floresta pode resultar em consequências devastadoras para a biodiversidade, economia local e saúde global.

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