Solidão na Velhice Eleva em 31% o Risco de Demência
Estudo abrangente analisou dados autorrelatados de mais de 600 mil indivíduos, destacando a solidão como questão de saúde pública passível de prevenção
Solidão vs. Isolamento Social: Distinções Cruciais para a Saúde Mental
Cuidado e Inclusão: Estratégias para Prevenir o Risco de Demência na Velhice
A boa notícia é que o risco de demência, um dos maiores desafios da população envelhecida, é um fator de risco modificável. Com isso, uma série de medidas pode ser implementada para reduzir essa ameaça à saúde cognitiva. Como já é amplamente conhecido, a base da prevenção está em hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada, a prática regular de atividades físicas e a manutenção de interações sociais. Contudo, outros comportamentos também se mostram essenciais para a proteção da saúde mental: minimizar a exposição à poluição, prevenir déficits auditivos, investir na escolarização e evitar o tabagismo são ações igualmente valiosas.
Para a geriatra Thaís Ioshimoto, do Hospital Israelita Albert Einstein, os achados do novo estudo têm relevância ainda mais significativa em um contexto global de envelhecimento populacional. “É imperativo criar estratégias que promovam o cuidado e a inclusão social das pessoas idosas, com o intuito de combater o etarismo — o preconceito baseado na idade — e prevenir o desenvolvimento de demências”, salienta. A médica ressalta que, muitas vezes, a dificuldade de interação com a população mais velha se dá pela percepção de que elas são menos capazes de se comunicar ou de compreender as situações com agilidade, levando ao afastamento social.
“Muitas vezes, deixamos de interagir com as pessoas idosas porque é difícil, porque elas não ouvem direito, porque a compreensão está mais lenta, porque precisamos ter mais paciência. Muitas vezes, elas vão sentir mais solidão porque nós isolamos os idosos do convívio social”, explica Ioshimoto. A médica pontua, ainda, que “vivemos em uma sociedade que não valoriza o idoso e o deixa marginalizado. Precisamos trabalhar a cultura da inclusão”.
Portanto, é imperativo não apenas implementar ações preventivas no campo da saúde, mas também fomentar uma cultura de inclusão e respeito, garantindo que os idosos possam participar ativamente da vida social e, assim, contribuir para um envelhecimento mais saudável e digno.