Vírus de creche assusta mães da Grande Vitória
Síndrome mão-pé-boca é altamente contagiosa e causa bolhas, aftas, febre até sintomas Uma doença comum entre crianças pequenas, que incomoda muito por causar bolhas na pele, circula pela Grande Vitória e preocupa pais e cuidadores. Conhecida como vírus de creche, a síndrome mão-pé-boca acomete principalmente crianças de até cinco anos e pode causar bolhas na palma das mãos e na planta dos pés; aftas na boca; febre e sintomas gripais.
A médica pediatra Bruna de Paula explica que a síndrome mão-pé-boca é uma infecção viral causada por alguns vírus, mas o principal deles é o coxsackie. Ela justifica por que a síndrome é conhecida como “vírus de creche”. “É um vírus que tem predileção pelas crianças pequenas, principalmente ali abaixo de cinco aninhos de idade, mas pode também acometer adultos. Nas crianças pequenas, às vezes se espalha muito por várias regiões da pele, mas a criança não fica tão caidinha como, por exemplo, um adulto que pega esse quadro infeccioso. O adulto que desenvolve essa infecção acaba ficando até um pouco mais comprometido. Mas é uma doença que, apesar de fazer lesões horrorosas na pele, geralmente tem gravidade baixa”.
A transmissão é feita pelo contato com as bolhas rompidas, secreções nasais e fezes. “É muito comum em escolas pela aglomeração. É uma doença altamente contagiosa. O contato com bolhas rompidas acaba facilitando a infecção. Também o contato com secreções respiratórias, espirros, tosse, secreção nasal… O que a gente mais vê na escola. Porque as crianças se abraçam, se beijam e não têm aquela higienização básica para evitar contato com outro doente”, diz a médica.
Para evitar o contágio, a orientação é redobrar os cuidados com a higiene do espaço físico onde as crianças são cuidadas e também com a higiene pessoal. É essencial lavar as mãos após a troca das fraldas, por exemplo. Justamente pela facilidade do contágio, o indicado, segundo a profissional, é afastar a criança da escola por no mínimo sete dias após o início dos sintomas. Mesmo assim, a transmissão ainda pode ser feita pelas fezes por até 30
Catapora
Bruna de Paula, pediatra. Foto: Arquivo pessoal.
Quando as lesões surgem, a síndrome pode ser confundida com a catapora, que é causada por um outro vírus, o Varicela-Zoster. A pediatra destaca que a principal diferença entre as duas doenças está na evolução das lesões. “Na catapora, as lesões começam primeiro com uma pápula, que é como se fosse uma picada de inseto. Depois, essa lesão, que era um pontinho vermelho, vira uma bolha, depois vira um machucadinho, que a gente chama de pereba, né, aí depois vira uma casquinha, que é aquela casquinha escura, da pereba também, que a gente brinca, e aí depois fica cicatriz e desaparece. A síndrome mão-pé-boca não, ela vem com uma característica só. Ou ela já começa com bolha, ou ela fica só nas pápulas, ela não tem essa evolução de característica. Então é importante a família vigiar essa evolução das lesões para entender qual é a doença”, recomenda. O fato de as lesões da síndrome mão-pé-boca se concentrarem mais nessas áreas que dão nome à doença também facilita o diagnóstico e a diferenciação.
Tratamento
Não há um tratamento específico para a síndrome mão-pé-boca. A médica afirma que normalmente receita analgésico, se a criança estiver com dores, e antitérmico, em caso de febre. Como a criança tende a comer menos por causa das lesões na boca, é importante que os pais se preocupem com a hidratação. Deve-se oferecer alimentos mais pastosos, que devem estar mornos ou frios, pois o alimento quente pode machucar ainda mais a boca da criança. Também deve-se evitar alimentos ácidos, por exemplo, iogurtes, frutas ácidas, e sal.
Prevenção
Como não há tratamento específico para a síndrome, prevenir a contaminação é a principal recomendação, segundo a médica. Evitar contato físico entre crianças é importante, já que nessa fase elas ainda não compreendem alguns limites e tendem a se tocar e até mesmo compartilhar objetos pessoais como chupetas e utensílios como talheres, por exemplo. A limpeza frequente dos ambientes e o cuidado com a higiene pessoal das crianças e dos cuidadores também são altamente recomendados.